Reflexo de seu governo, Guatemala se tornou um país corrompido desde o alicerce até o telhado

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Como se fosse pouco viver com um Narco-Estado, que violenta com polícia e exército, por ar, mar e terra e que impõe toque de recolher e estado de sítio às populações originárias que lutam defendendo suas terras e os recursos naturais das empresas mineiras estrangeiras que chegam para roubar as estranhas das montanhas; e que no processo realizam ecocídios com a autorização desses bandos criminosos que da poltrona do governo que, além do mais, é corrupto, racista, misógino, homofóbico e sumamente machista e patriarcal, a população guatemalteca violenta a si mesma.  Um…

Continuar leyendo…

A chegada da aurora na vida de quem sempre confrontou o sistema: não tem sido fácil, mas sigo

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Os últimos três anos do curso primário, a hora de recreio eu passei com orelhas de burro, olhando para a parede na diretoria do colégio. Foi meu castigo em absolutamente todos os recreios, não houve um só que eu pudesse desfrutar. Sempre desejei mais, ansiei mais do que minhas circunstâncias de vida permitiram, sempre sonhei com a liberdade e a equidade desde pequena. Então fui uma menina tremenda, que saiu da norma, cheia de energia, que acreditava ser uma cabrita a mais da manada que pastoreava que nunca chegou ao rebanho. Nos…

Continuar leyendo…

Silêncio de humanistas matam povos indígenas da mesma forma que a violência governamental

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Sempre nos disseram, geração após geração, desde tempos pós ditaduras que em boca fechada não entram moscas, por isso é que somos tão descarados, porque não se trata do medo pelos que viveram nossos avós nas ditaduras, mas sim de olhar para outro lado quando a violência é vivida pelos povos originários que sempre foram vistos como garçons ao serviço dos mestiços urbanos. Os mais golpeados, os empobrecidos, os explorados até a morte, os assassinados em massa. Se há gente que foi violentada na história latino-americana, são os povos originários que sobreviveram…

Continuar leyendo…

“Humanistas” criticam EUA, mas se calam sobre situação dos negros na América Latina

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Na Guatemala, por exemplo, um pequeno curral onde pululam racistas, classistas, xenófobos, homofóbicos e corruptos, ser negro é pior que ser indígena; o negro está no último lugar não só das classes sociais, também dos direitos humanos. Ninguém quer ter um amigo negro, um empregador negro, um docente negro, uma esposa negra, filhos negros. E embora pareça incrível porque os povos indígenas também foram explorados e excluídos, eles tampouco querem relacionar-se com os negros. Isso seria impensável!  Os negros só servem para uma coisa, morrem por ter um amante negro, mas jamais…

Continuar leyendo…

É preciso muita coragem para deixar a pátria que nos obriga a emigrar

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Depois da cerca a pátria se converte em saudade perene. Sabem-no os indocumentados mais do que ninguém. Converte-se nessa carta velha de papel rasgado por tanto dobrar e desdobrar. Está na lembrança dos dias de chuva, da plantação crescendo, das flores frescas ou do aroma do café torrado em panela de barro. A névoa da terra que se deixou ao outro lado da cerca atravessa as fronteiras e se infiltra pelas frestas das janelas dos arranha-céus onde trabalham limpando os banheiros e os pisos as gerações que tiveram que emigrar porque na…

Continuar leyendo…

Ilka Oliva Corado: Meu legado para as meninas da periferia é resistir através da escrita e da arte

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Minha expressão escrita nasceu da minha inexpressão verbal. Nunca pude comunicar-me com os humanos, dentro de mim habitam mundos e vulcões em erupção, mas por fora são icebergs, a própria rudeza. Tenho dificuldade em aproximar-me das pessoas; não sou tímida, pelo contrário sou atrevida, tenho facilidade de palavra graças à minha Alma Mater, o mercado onde cresci vendendo sorvetes, essa experiência me ensinou a sair adiante e a buscar-me a vida ao trote, a vergonha não serve para a sobrevivência; então, graças àqueles anos tratando de sair à passagem dos comensais para…

Continuar leyendo…

«Participar nesta Bienal é um presente da vida para alegrar meu coração e encher de regozijo meu espírito», escreve a colaboradora da Diálogos do Sul

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul No dia 4 de agosto se inaugurou na Venezuela, a Bienal do Sul, Povo em Resistência. Esta Bienal conta com a participação de 127 artistas de 26 países e tenho o enorme privilégio de estar participando com uma das minhas pinturas. Da série Minha Família. O título do quadro é “A la arada”. Óleo sobre tela. Para mim é uma enorme alegria ter essa oportunidade, porque pinto de coração, desconheço técnicas, estilos, a linguagem das cores, pinto desde criança, é o que sonhei fazer, mas pelas minhas circunstâncias de vida não foi…

Continuar leyendo…