Para a sociedade, a periferia é onde se conjugam todos os males. Como sujeitos periféricos, sejamos a resistência

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Historicamente para a sociedade classista e racista, na periferia se conjugam todos os males do mundo e, por isso, quem é de periferia automaticamente tem que ser ladrão, abusador, velhaco, violador, assassino e tudo quanto a mente humana possa conceber. Tirar essa marca é um trabalho titânico porque o estigma é uma espécie de DNA. Porque ser da periferia se converte em impedimento para conseguir trabalho, para estudar, para estabelecer relações sociais fora dela. As pessoas veem o povo da periferia como delinquentes com os quais é preciso tomar cuidado. É excluída…

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Abrir o coração para alguém que clama por ser escutado é algo que todos deveríamos praticar

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Estou buscando varinhas de bambu para amarrar o talos dos girassóis que estão crescendo e já começam a dobrar; caminho entre as prateleiras cheias de vasos com uma variedade de verão, cores de flores fogo, amarelos de várias tonalidade e os verdes das folhas que vão desde o verde garrafa ao verde abacate.  Os amarelos e alaranjados vivos. Idosos são contratados temporariamente para cuidar das flores na estação; se os vê regando-as, tirando as folhas secas e colocando-as cuidadosamente nas prateleiras. Os jovens estão na área de terra e adubo, carregando as…

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Médicos cubanos demonstraram ao mundo que, apesar do bloqueio, resposta está na solidariedade

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul No meio de um sistema putrefato, infestado de corrupção e impunidade que carcome até os últimos alicerces da sociedade guatemalteca e leva à sua passagem as vidas de milhares de vítimas, se destaca uma brigada médica que carrega nos ombros os mais vulnerados, porque chega até onde os médicos nacionais não vão. E são os médicos cubanos dispostos a enaltecer o trabalho de salvar vidas.  Um bando de criminosos que colocam suas marionetas no governo de turno se encarregou de arrasar com os recursos e com isto fazer sucumbir o povo ajoelhado…

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Genocídio palestino é realizado há décadas por Israel e humanidade nada faz para ajudar

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Das ditaduras na América Latina se disse que era muito difícil reproduzir a informação devido à repressão e às limitações técnicas, e o que tinham que fazer os jornalistas estrangeiros eram mil malabarismos para que se conseguisse tirar do país, dar a conhecer e, por isso se ficou tanto tempo no silêncio e no esquecimento.   A tecnologia avançou e os tempos mudaram; vemos hoje a própria população usando seus telefones celulares e reproduzindo em tempo real o que acontece em seus países; as imagens se reproduzem no nível mundial em questão de…

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Reforma tributária foi gota d’água para que Colômbia fosse às ruas buscar justiça pelo fim da ditadura

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Em 2015 foi a Guatemala, se manifestando contra a corrupção nos sábados de ir tomar sol para bronzear-se.  A América Latina se assombrava de ver a submissa e feliz sociedade guatemalteca rebelar-se finalmente depois de eleger um genocida como presidente; não se manifestavam pedindo justiça pelas vítimas do genocídio, que negavam, mas sim por corrupção. Mas algo é algo, dadas as circunstâncias de uma muito fraca memória histórica. Levaram um gol de placa quando puseram Jimmy Morales na presidência e depois disso foram sozinhos para a matadouro quando votaram também em Giammattei, tão…

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Não importa quanto tempo leve, é preciso superar os traumas da infância para alcançar a emancipação na vida adulta

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Quando os terrenos se elevavam em nuvens de poeira nas ruas recém feitas na Cidade Peronia, chegou uma família que montou uma venda de tortilhas e que alugava bicicletas. Para ter esses dois negócios em um arrabalde cheio de gente empobrecida, essa gente tinha dinheiro, três empregadas (indígenas) que preparavam as tortilhas e os homens da casa eram encarregados do negócio das bicicletas, que eram dezenas. Tudo isso no início da década dos noventa.   No arrabalde ninguém tinha dinheiro para alugar uma bicicleta. Então o que fazíamos era uma vaquinha entre todos…

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Semitas, pão de arroz e salporas: Na Guatemala, cozinhar é como fiar o tecido dos ancestrais

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Vovó, e falando de Comapa, a senhora sabe como se fazem as “semitas”? perguntei para minha avó depois de 17 anos na diáspora, e até eu me surpreendi. Como é possível, negra, me disse, que não tenha perguntado antes a receita das “semitas” de sua avó? Vovó começou a me ditar os ingredientes das “semitas”, do pão de arroz, das queijadinhas e das “salporas”. Peguei uma folha de papel e anotei. Vai experimentando o açúcar, me disse, e vai provando a cada pouco e aí você vai pondo mais se precisar. Tantos…

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