A farsa do dia de Ação de Graças

Tradução do Revista Diálogos do Sul  Não há nada mais falo, mais nefasto, mais soberbo nos Estados Unidos que celebrar o Dia de Ação de Graça. A celebração mais importante depois do 4 de julho, a terceira continua sendo o Natal. Amparados numa história falsa, escrita pelos genocidas que invadiram este país e exterminaram os nativos do norte do continente, em cada novembro celebram o Dia de Ação de Graças. Peregrinos, dizem os livros escolares, peregrinos imigrantes que foram socorridos pelos nativos. Não contam como se impuseram que os torturaram, que violaram suas mulheres, que os exterminaram num dos genocídios mais…

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Núcleo patriarcal

Tradução do Eduardo Vasco, Diário Liberdade  Vivemos em sociedades patriarcais, misóginas e machistas; como resultado desse padrão, a violência contra a mulher é sistemática e estrutural. E também, por mais indigno que seja, é uma violência normalizada porque a mulher ainda é vista como um objeto que pertence à pessoa que a compra. Por essa razão, vemos pais, irmãos, avós, amigos, amantes, companheiros, acreditando-se donos de suas filhas, irmãs, netas, amigas, amantes e companheiras. E o mesmo com estranhos, eles acreditam que são donos de qualquer mulher que se sentem livres para excluí-las, insultá-las, golpeá-las, estuprá-las, matá-las e desaparecer.

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No futebol, como na vida

Tradução do Eduardo Vasco,  Diário Liberdade   O futebol é a paixão das paixões e é algo que não está em discussão. Todos nós sabemos disso. Como a paixão tem a irreverência de nos fazer vibrar em uníssono, onde quer que estejamos, fale o idioma que falamos; pelo seu caráter universal. O objetivo é o mais próximo de tocar o firmamento com as pontas dos dedos; Quem marcou um gol conseguiu a imortalidade, então o jogo está em uma rua no subúrbio e com bola de trapo. A paixão (como eu chamo o futebol) é a coisa mais bonita que…

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Escrever

Tradução do Eduardo Vasco,  Diário Liberdade   Escrever, escrever, escrever. Escrever se chove, se faz sol, se está nublado, à luz de vela, na pressa, no silêncio, na madrugada, ao meio dia, no banheiro, no ônibus, na rua, no fim da extirpação. Escrever na embriaguez, na sobriedade, na agonia, no pranto, na perda, no abandono. Na alienação. Na abundância. No vício. Apesar das circunstâncias, escrever.

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Ilka Oliva: Foram as letras que deram voz ao vazio insondável que me habita

Tradução do Revista Diálogos Do Sul  Ilka Oliva é uma escritora guatemalteca que vive nos Estados Unidos há quase 15 anos. Migrou de maneira irregular, depois de sofrer uma decepção profissional. Os desafios que tem enfrentado não a impediram de sobressair na escrita. Já publicou 12 livros que foram traduzidos para vários idiomas e faz parte da esquipe de colaboradores da Diálogos do Sul. Mariela Castañón Ilka Oliva concedeu uma entrevista a “La Hora Voz del Migrante” e explicou as razões de estar longe da Guatemala, a situação das pessoas migrantes, os desafios e as metas alcançadas. LH / Voz…

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Os párias na solidão do esquecimento

Tradução do Eduardo Vasco,  Diário Liberdade   Não chegam a ser nem os últimos da fila, são os do subsolo, os do esgoto, os das valas feitas a picareta e talhadeira, os que carregam em seus ombros o insulto e a insolência de uma sociedade indolente e hipócrita que os desonra. Os explorados a todas as horas, todos os dias, em qualquer lugar. Os do lombo bronzeado e das mãos calejadas, os da alma ferida milenarmente. Os do olhar transparente e peito riscado. Os párias, os cheira-cola, os camelôs, os índios de pés rachados, as putas da periferia, os aldeões,…

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O dia em que soube que não era pobre

Tradução do Diário Liberdade   Eram os primeiros dias da década de noventa e a Ciudad Peronia começava a se encher de barracas, de gente que chegava de outros povoados e do oeste do país invadindo o setor que agora é conhecido como El Mirador. Aquilo era no cerrado, ruas de asfalto e um mercado ao ar livre, um terrão onde os vendedores tiravam sacos e caixas de papelão para servirem de mesa para colocar seus produtos.

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