“Transgredidas”, testemunhos de sobreviventes da violência de gênero

  Tradução do Eduardo Vasco,  Diário Liberdade Transgredidas é um dos livros que mais me custaram escrever, me doeu, chorei e o senti em carne viva, porque são relatos de testemunhos e histórias de crianças, adolescentes e mulheres que sofreram abuso sexual, seja no caminho de imigração aos Estados Unidos ou vítimas de maus-tratos de pessoas com finalidade de explorá-las sexualmente.

Continuar leyendo…

O ofício de servente

Tradução do Eduardo Vasco,  Diário Liberdade Ultimamente defensores dos direitos humanos nos chamam de assistentes domésticas, para diminuir o golpe, mas vamos às coisas pelo seu nome: somos serventes, nosso ofício é servir. Partindo daí, podemos esmiuçar a gama de abusos que vivemos aqueles que trabalhamos no serviço doméstico de babá e de faxineira. Não importa o país, a realidade dos serventes é a mesma em todos os lados. Não vamos dar banhos de pureza e apontar os Estados Unidos como os causadores de todos os nossos males. Na Índia, existem as castas, na América Latina as mentes colonizadas, e…

Continuar leyendo…

Nossa luta contra os feminicídios na América Latina

Tradução do Diário Liberdade No dia 8 de abril completou-se um mês do feminicídio de 41 meninas, as quais o Estado da Guatemala torturou e queimou vivas. Também em 8 de abril apareceu o corpo de Micaela García, uma menina argentina membro do Movimento Evita, que havia desaparecido alguns dias atrás. Micaela, de 21 anos, estudava Educação Física, vivia pelos párias, esses negrinhos que o classismo detesta. Foi violada e assassinado por um estuprador em série que foi deixado em liberdade por um juiz porque segundo este último, a única coisa que o estuprador tinha era uma “perversidade natural”.

Continuar leyendo…

Esconder-se nos converte em cúmplices

Tradução do Diário Liberdade Muitos preferimos viver em nossa bolha e fechar os olhos para a realidade, ficar na passividade, virar para o outro lado, guardar silêncio. Isso a respeito da corrupção do governo e da ineficácia de um Estado falido. Isso em relação à violência sistemática e à impunidade. Ao tráfico de influência e à manipulação dos meios de comunicação. Preferimos ficar à margem da injustiça, porque é mais cômodo não se envolver, porque envolver-se exige respeito a si mesmo e aos outros e sobretudo honestidade, responsabilidade e integridade. E não estamos preparados para rifar a pele pelos outros,…

Continuar leyendo…

As migrantes em trânsito

Tradução do Revista Diálogos do Sul Saem de suas casas: em municípios, aldeias, casarios, arrabaldes… sem rumo fixo, como folhas secas arrastadas pelo vento, mortas em vida, caluniadas, golpeadas, abusadas, rechaçadas e estigmatizadas. Pouco se sabe delas: são invisibilizadas, o Estado as marginaliza, a sociedade as exclui, o classismo, o racismo e os resquícios do patriarcado. Seu país as obrigam ao abandono e à migração. Elas vão pelas vias férreas, em furgões, em vagões, entre montanhas e selvas, dormem nos banquinhos, nos mananciais atravessam desertos, rios, cercas de arame. Correm sem descanso: angustiadas, com o medo atravessado na garganta, com…

Continuar leyendo…

As migrantes em trânsito

Tradução do Diário Liberdade  Saem de suas casas: em aldeias, povoados, rincões, fazendas, arrabaldes… sem rumo fixo, como folhas secas arrastadas pelo vento, mortas em vida, caluniadas, golpeadas, abusadas, rechaçadas e estigmatizadas.  Pouco se sabe delas; as invisibilizam, o Estado as marginaliza, as marginaliza a sociedade, o classismo, o racismo e as macula o patriarcado. Seu país as obriga ao abandono e à migração.

Continuar leyendo…

Saúde ao meu pai: De filhas e pais

Tradução do Revista Diálogos do Sul A última vez que eu o vi, me disse meu paizinho: “Preta, eu vou morrer”. Fria e direta como é natural em mim, eu respondi sem sentir pena: “paizinho, não fique chateado, todos nós vamos morrer”. Quase um mês depois ele faleceu, a notícia nos chegou de longe, na diáspora, a milhares de quilômetros da Guatemala, há apenas cinco dias. Eu sou a filha que desde a adolescência menos o abraçou e menos o acariciou, sou a filha mais ferida, a única ardentemente. No entanto, de suas 4 crias sou a que mais o desfrutou…

Continuar leyendo…