Em dias de chuva, como hoje, a Guatemala me brota pelos poros e inunda meu quarto

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Meus pés caminham outras terras, mas meu espírito em dias de chuva, volta a chapinhar nos lodaçais dos caminhos que abrigaram minha infancia. Sim, sim, sim, regularmente fumigo meu quarto, como nesta manhã de chuva. O aroma da folha de tanchagem me faz recordar o cheiro dos fogões acesos na Guatemala popular. Aqui não há fogões, nesta enorme urbe industrial só há fábricas enfileiradas no Bairro das Empacotadoras, embora uma outra vez vi um forno em uma chácara fora da cidade e fiquei sem fôlego e não podia respirar; um forno! Gritei…

Continuar leyendo…

E, sobretudo, amor

Tradução do Eduardo Vasco, Diário Liberdade De repente, uma nuvem aparece e o que é uma manhã ensolarada de primavera se transforma em um típico dia chuvoso de inverno, as pessoas correm apavoradas do estacionamento para o supermercado; a precipitação é de tempestade, em segundos o céu escurece e as gotas caem com força como granizo. Eu pego meu carrinho de mão e entro sacudindo a água do meu suéter, vou em direção à prateleira onde estão os suplementos vitamínicos procurando o que eu tenho que comprar; Dois carrinhos de mão me impedem de chegar perto o suficiente para ler…

Continuar leyendo…

Em dias de chuva, como hoje…

Tradução do Eduardo Vasco, Diário Liberdade Sim, sim, sim, fumo regularmente o meu quarto, como nesta manhã chuvosa de chipi chipi. O cheiro da folha de Sage me lembra o cheiro de poyetones em chamas na pequena cidade de Guatemala. Aqui não há poyetones, nesta enorme cidade industrial existem apenas fábricas que andam no bairro das Empacadoras, embora na outra vez eu tenha visto uma fornalha numa fazenda nos arredores da cidade e senti que perdi o ar e que não conseguia respirar Um forno! Eu gritei e corri do pequeno estábulo onde estavam as cabras e atravessei o pomar…

Continuar leyendo…

Mais além do folclore

Tradução do Eduardo Vasco, Diário Liberdade Se tivéssemos dois dedos de frente e com isso a capacidade básica de raciocínio, entenderíamos que os Povos Originais são tudo e que devemos a eles, mesmo que tenhamos atingido o topo do ensino superior ou de falsificação: somos seres plásticos e aparências. Prioridades para muitos de nós que acreditam que somos outra paisagem que está muito longe da raiz da tensão da qual viemos. Se ao menos a infinidade de leituras de livros de autores famosos que costumamos gabar nas redes sociais nos serviria alguma coisa. Se apenas a infinidade de destinos turísticos…

Continuar leyendo…

Guatemala: Todas as dores de um país e de um povo honesto, honrado e trabalhador

Tradução: Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Nação de gente honesta, que enfrenta, que trabalha, que levanta a cara, que caminha de frente, que curte as mãos, que parte a vida, que levanta a voz. É um país formoso do qual a gente se enamora à primeira vista, rotundamente belo; de musgos brancos como trepadeiras nos pinheirais, de musgos verdes como tapetes aveludados à margem dos riachos; riachos que quer secar a mão assassina de quem não ama, de quem não respeita e odeia, odeia, odeia o belo por ser natural.   Seus quetzales cantam junto aos pintassilgos nas montanhas verdes…

Continuar leyendo…

Traições, falta de escrúpulos e farsas: Vivemos imersos em um mundo de vanglórias

Tradução: Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Acreditamos que somos os seres evoluídos do universo, mas é o contrário: somos o retrocesso constante e a perda Vivemos em um mundo de vanglórias, onde são premiados os mais ruins, aqueles que traem, quem não tem escrúpulos, quem pisa em alguém para alcançar objetivos próprios. Em um mundo de farsas, onde a única coisa real é a burla. Esse é o mundo que criamos e alimentamos todos os dias com nossas ações ou passividades; estas dependem do que nos convenha segundo soprem os ventos em nossa bolha de indiferença e egolatria.   Um…

Continuar leyendo…

City of Joy: o cruel documentário que revela a força das mulheres

Tradução do Diálogos do Sul Lugares como Cidade da Alegria não deveriam existir porque não deveria existir a violência sexual, não deveria existir o roubo de terra nem o roubo de minérios. Em nenhum tempo da história da humanidade foi fácil ser mulher; o patriarcado se encarrega de fazer-nos a vida insuportável com sua misoginia e seu machismo. Desde o início dos tempos foi empreendida uma guerra contra as mulheres que, conforme passa os séculos, cresce em lugar de desaparecer. Porque somos o pior inimigo dos covardes que temem nossa força, capacidade, inteligência, integridade e resistência. Temem o que somos…

Continuar leyendo…