É preciso muita coragem para deixar a pátria que nos obriga a emigrar
Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Depois da cerca a pátria se converte em saudade perene. Sabem-no os indocumentados mais do que ninguém. Converte-se nessa carta velha de papel rasgado por tanto dobrar e desdobrar. Está na lembrança dos dias de chuva, da plantação crescendo, das flores frescas ou do aroma do café torrado em panela de barro. A névoa da terra que se deixou ao outro lado da cerca atravessa as fronteiras e se infiltra pelas frestas das janelas dos arranha-céus onde trabalham limpando os banheiros e os pisos as gerações que tiveram que emigrar porque na…