É preciso muita coragem para deixar a pátria que nos obriga a emigrar

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Depois da cerca a pátria se converte em saudade perene. Sabem-no os indocumentados mais do que ninguém. Converte-se nessa carta velha de papel rasgado por tanto dobrar e desdobrar. Está na lembrança dos dias de chuva, da plantação crescendo, das flores frescas ou do aroma do café torrado em panela de barro. A névoa da terra que se deixou ao outro lado da cerca atravessa as fronteiras e se infiltra pelas frestas das janelas dos arranha-céus onde trabalham limpando os banheiros e os pisos as gerações que tiveram que emigrar porque na…

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Ilka Oliva Corado: Meu legado para as meninas da periferia é resistir através da escrita e da arte

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Minha expressão escrita nasceu da minha inexpressão verbal. Nunca pude comunicar-me com os humanos, dentro de mim habitam mundos e vulcões em erupção, mas por fora são icebergs, a própria rudeza. Tenho dificuldade em aproximar-me das pessoas; não sou tímida, pelo contrário sou atrevida, tenho facilidade de palavra graças à minha Alma Mater, o mercado onde cresci vendendo sorvetes, essa experiência me ensinou a sair adiante e a buscar-me a vida ao trote, a vergonha não serve para a sobrevivência; então, graças àqueles anos tratando de sair à passagem dos comensais para…

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Para a sociedade, a periferia é onde se conjugam todos os males. Como sujeitos periféricos, sejamos a resistência

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Historicamente para a sociedade classista e racista, na periferia se conjugam todos os males do mundo e, por isso, quem é de periferia automaticamente tem que ser ladrão, abusador, velhaco, violador, assassino e tudo quanto a mente humana possa conceber. Tirar essa marca é um trabalho titânico porque o estigma é uma espécie de DNA. Porque ser da periferia se converte em impedimento para conseguir trabalho, para estudar, para estabelecer relações sociais fora dela. As pessoas veem o povo da periferia como delinquentes com os quais é preciso tomar cuidado. É excluída…

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Abrir o coração para alguém que clama por ser escutado é algo que todos deveríamos praticar

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul Estou buscando varinhas de bambu para amarrar o talos dos girassóis que estão crescendo e já começam a dobrar; caminho entre as prateleiras cheias de vasos com uma variedade de verão, cores de flores fogo, amarelos de várias tonalidade e os verdes das folhas que vão desde o verde garrafa ao verde abacate.  Os amarelos e alaranjados vivos. Idosos são contratados temporariamente para cuidar das flores na estação; se os vê regando-as, tirando as folhas secas e colocando-as cuidadosamente nas prateleiras. Os jovens estão na área de terra e adubo, carregando as…

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Médicos cubanos demonstraram ao mundo que, apesar do bloqueio, resposta está na solidariedade

Tradução do Beatriz Cannabrava, Revista Diálogos do Sul No meio de um sistema putrefato, infestado de corrupção e impunidade que carcome até os últimos alicerces da sociedade guatemalteca e leva à sua passagem as vidas de milhares de vítimas, se destaca uma brigada médica que carrega nos ombros os mais vulnerados, porque chega até onde os médicos nacionais não vão. E são os médicos cubanos dispostos a enaltecer o trabalho de salvar vidas.  Um bando de criminosos que colocam suas marionetas no governo de turno se encarregou de arrasar com os recursos e com isto fazer sucumbir o povo ajoelhado…

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